Os delicados estalidos da chuva envolvem a noite que caiu
sobre a humidade salgada. Um prolongamento de um dia quase noite, passado em
silêncio cinzento.
Momentos de viagens interiores, horas de divagações
desejadas e por fim chegadas.
Esta não vontade de pactuar com a rotina dos pactos inúteis,
insípidos, degradantes da virtude humana. Não voltar, não pôr de volta o
comboio nos carris enferrujados da linha em espiral que atravessa
insatisfações… Não ceder, crescer, fazer ferver ideias e querer crer em algumas
delas com frivolidade… a entrega à vontade.
Romper o casulo, espreitar o mundo e abraçá-lo, devorá-lo,
sem preconceitos nem inferioridades. Enfrentar contrariedades, mas escolher
viver. Acrescentar ao tempo a glória do prazer e da sageza, desabrochar…
A tempestade irrompe por entre a chuva e o mundo é aqui.
texto: Outubro '10
foto: Agosto '06
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