Acorrentada, retenho-me, eternizo-me em momentos sem palavras que se acorrentem, retenham, eternizem em mim.
Tenho de deixa-las todas de parte.
Mastiga-las, trinca-las, pisa-las, abusar delas, desconstrui-las, venera-las, esmaga-las, parti-las, desentende-las, come-las, esfrega-las na pele, sentar-me em cima delas, torcê-las, vê-las à transparência, usa-las ao pescoço, tatua-las a pó de arroz, cozinha-las, enterra-las, lança-las ao mar, enrola-las num lençol, esborrata-las, fotografa-las, amarfanha-las, mete-las num saco roto... liberta-las.
As palavras são tortura para o pensamento e o sentimento.
Zanguei-me com elas e não me largam, não me viram as costas em sinal de desaprovação do desprezo com que as mino.
Que chatas! Deixem-me em paz! Vão à vossa vida e deixem-me falar, escrever, pensar e sentir sem vocês...
7.7.12 - Alfama
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